Conto de verão
Não era uma viagem internacional, nem uma daquelas em que se vai pra balada noite após noite. Não... também não foi com toda a galera reunida. Era a mesma praia do outro verão, do outro e do outro também. As pessoas também eram praticamente as mesmas de verões passados. Em geral, minhas férias costumam ser assim: um lugar paradisíaco, lindos dias de verão, mas poucas emoções.
Mas daquela vez, apenas um fim de tarde, aquele fim de tarde, fez daquela viagem a melhor de todas as minhas viagens de verão (pelo menos até agora). Nós sempre passávamos o entardecer à beira mar, mas nunca tínhamos visto nada tão lindo. O Sol estava se pondo do lado oposto ao mar e o céu parecia um arco-íris completo, com cores que iam do amarelo ao azul, passado pelo laranja, vermelho, rosa e lilás. E a Lua... ah... a Lua... era cheia e parecia nascer linda e dourada de dentro das águas. Nenhum de nós jamais a vira surgir tão grande, lenta e nitidamente, preparando-se para tomar seu posto, enquanto o sol baixava sua guarda. Quando o azul marinho já tomava conta do céu e a Lua não mais refletia o dourado do Sol, fomos embora.
Tarde da noite. Voltamos à praia. Agora, o céu, negro, estava salpicado de estrelas e a Lua, ainda enorme, estava prateada. Seu reflexo formava um desenho no mar, que achávamos que só existia em filmes e pinturas. Para completar a noite? Pizza, Coca-Cola e nem mais uma palavra, aquela já era a melhor viagem de verão dos últimos tempos, que certamente jamais sairá da memória.
Débi H.
2003