Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou no mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Carlos Drummond de Andrade
Um comentário:
Oi,Débih! Sei que vou estourar os créditos, então vamos lá: Olha comentei sobre exatamente O MEDO, no blog da Thakira, vou até reproduzir uns trechos. E vi essa reflexão sua, nosssa! Casou!Por acaso(até parece!), estava lendo sobre o medo num livro sobre Wicca. E olha essa parte que me chamou a atençao, simples e direta: " Vivemos num mundo violento.(...)Mas o mundo sempre foi violento! Temos um monte de espíritos que não evoluem, e continuam a praticar bizarrices que nos deixam de cabelos em pé. Mas se passarmos a viver com medo, eles terão vencido. (...)O medo é o nosso grande inimigo"!. Diz o Senhor Miagi:"Pode perder para inimigo, mas não para o medo!". Vou continuar no próximo bloco...toc, toc!
Ceci(eu volto!)
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