quarta-feira, janeiro 25, 2006

Meus versos Meus preferidos
Não necessariamente minhas poesias preferidas, mas gosto muito dos versos




Não queria algemas ou alianças ou papéis assinados.
Pedia apenas um homem que beijasse uma mulher só.

"Homens, Mulheres e Sara" - 08 de Setembro de 2005.




Ecoa firme o fino salto
no chão de asfalto...

"Beco" - 23 de Maio de 2005.



Dissolveria sonho em sono profundo,
se pudesse fechar os olhos.

"Cama Vazia" - 27 de Maio de 2005.


Poeta profere profecia em poema sem saber...

"Profecia" - 18 de Maio de 2005.



Só eu.
Por mim.
Com meus desejos.
Em minha janela.
De liberdade.

"Outra Janela" - Abril de 2002


Dormiu agarrada às lembranças...

"Espelhos d”Alma" - Novembro de 2004


E sem que ninguém entenda,
em uma noite fria, faz horas vivas...

"Sobre uma noite de verão..." - Janeiro de 2004



Parece que percebo vultos, parece que observo anjos, parece que chegam à janela(...) E agora já nem sei se os anjos velam-me com a Lua, ou se da Lua velam-me os anjos.

"Lua" - Março de 2004



Um dia chorei minhas lágrimas tal qual os anjos choram a chuva.

"Lágrimas de Anjo" - Agosto de 2004

sexta-feira, janeiro 20, 2006

        O vento desceu subitamente do céu da madrugada, onde brilhava, numa lucidez de entreloucura, grande como uma lágrima da noite, a desvairada estrela da manhã. Primeiro uma rajada fria, que trazia na epiderme farfalhante um pouco de éter das altas regiões de onde chegava. E logo tornou-se fria, depois aqueceu. E partiu à solta, crestando a face lisa da aurora, fazendo crespidar as folhas das árvores evaporando o mar, que inaugurou de verde o dia nascente. A mim secou-me os olhos, a boca e a alma perseguida de insônia, e me tornou áspero o lençol, e me trouxe lembranças secas da vida. Assisti ao dia nascer como se visse um diamante cortar o vidro e ficasse inelutavelmente a respirar a poeira implacável do carvão remanescente.

Vinícius de Moraes

terça-feira, janeiro 17, 2006

A Coisa

      A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita.

Mario Quintana