La Persistencia de la Memoria - Salvador Dalí
Tempo
E lá se vai o tempo...
Passando, passando,
consumindo, agonizando,
mostrando verdades o tempo todo.
Verdade de estarem todos crescendo,
vivendo, envelhecendo...
E até de que um dia estaremos morrendo.
Tétrico?
Talvez um pouco cedo...
Quem sabe... um dia o tempo pare
e nos deixe assim...
vivendo à toa, sem nem mesmo lembrar
que o tempo não passa, voa...
que o relógio não pára,
e que nossas vidas não estacionam,
para que deixemos de apenas existir
e possamos viver, tal como nos contos de fadas...
Felizes para sempre...
Débi
Maio de 2002
quarta-feira, junho 30, 2004
Sobre o tempo...
Uma antiga percepção sobre as lágrimas...
Lágrimas
Lágrimas de pedra,
sonhos de cristal
destroçados pelo frio e cortante
vento da madrugada.
Pedras que destroem,
aniquilam.
Arrancadas do coração
com dor, amor e ódio
pelo sonho não mais sonhado,
porém profundamente guardado.
Melancolia, depressão...
Soluços sufocam,
as lágrimas matam...
E eu... apenas disfarço.
Débi
Setembro de 2001
segunda-feira, junho 21, 2004
Não resisti... Mais um pouquinho de Shakespeare
Ri das chagas que jamais foi ferido! Mas que silêncio! Que luz brilha através daquela janela! É o Oriente e Julieta é o sol! Surge, claro sol, e mata a invejosa lua, já doente e pálida de desgosto, vendo que tu, sua serva, és bem mais linda do que ela! Não a sirvas, porque é invejosa! (...) Duas das mais resplandescentes estrelas de todo o céu, tendo alguma ocupação, suplicaram aos olhos dela que brilhassem em suas esferas até que elas voltassem. Que aconteceria se os olhos dela estivessem no firmamento e as estrelas na cabeça? O fulgor de suas faces envergonharia aquelas estrelas, como a luz do dia a de uma lâmpada! Seus olhos lançariam da abóbada celeste raios tão claros através da região etérea que cantariam as aves acreditando chegada a aurora!...
Romeu para Julieta - Ato Segundo - Cena II
Ser poeta é...
cantar sem melodia.
Esculpir letras,
tocar notas sem som algum.
Mergulhar na noite
sem medo da solidão.
Se embebedar com a luz das estrelas,
se recompor com a luz do luar.
Viver o dia, sem compromisso algum.
Desfrutar de tudo,
apenas seguir seu rumo.
Amar o dia e amar a noite.
Cada pedra e cada flor,
cada homem, cada mulher,
cada animal e cada pedacinho do céu.
Escrever sem nada dever,
escrever por simples amor,
mesmo que sejam poemas do dor...
Débi
Fevereiro de 2000
segunda-feira, junho 14, 2004
Ando lendo Shakespeare... Bastante profundo... Vale a pena...
(...)Ai! Que amor, cuja vista é sempre vendada, encontre, sem os olhos, caminho franco para sua vontade!(...) Aqui o ódio dá muito que fazer, porém o amor mais ainda. Oh! amor rixoso! Oh! ódio amoroso! Oh! todas as coisas primeiramente criadas do nada! Oh! pesada ligeireza! Séria vaidade! Informe caos de sedutoras formas! Plumas de Chumbo, fumaça luminosa, flama gelada, saúde eferma, sono em perpétua vigília, que não é o que é! Tal é o amor que sinto,sem sentir em tal amor, amor nenhum. (...)
Romeu - Ato Primeiro - Cena I
(...)O amor é fumaça formada pelos vapores dos suspiros. Putrificado, é um fogo chispeante nos olhos dos amantes. Que mais ainda? Loucura prudentíssima, fel que nos abafa, doçura que nos salva.(...)
Romeu - Ato Primeiro - Cena I
Shakespeare - Romeu e Julieta
domingo, junho 13, 2004
Bem legal...
All you`ve ever heard,
Is etched upon my memory,
Spoken through my words.
All that I take with me,
Is all you`ve left behind,
We`re sharing one eternity,
Living in two minds.
Linked by an endless thread,
Impossible to break...
John Petrucci
Nada original, mas... já evoluí desde lá.
Nunca chorei tanto
Eu nunca sorri tanto
Nunca dei tanta explicação
Nem fui tão liberal
Eu nunca me envolvi tanto
Nunca falei tão sério
Ou de tão fundo do meu coração
Nunca acreditei tanto
Nem confiei tanto
Eu jamais
Fui tão feliz
Mas não sei porque
Eu já podia imaginar...
Nada é tão perfeito
E não foi
Mas vai ficar na lembrança
Eu nunca vou esquecer
Débi
Janeiro de 2000
quarta-feira, junho 09, 2004
Bem antiga... E engraçadinha...
Sabe...
Cansei.
É...
Cansei mesmo.
Desmoronei,
caí,
rolei morro abaixo,
desisti.
Como se não bastasse,
tropecei,
rolei mais um pedaço
e caí outra vez.
Mas levantei,
me reergui,
recuperei minhas forças
e hoje estou aqui!
Débi
Setembro de 1998
terça-feira, junho 08, 2004
Foi por aqui que eu comecei...
No último andar é mais bonito:
do último andar se vê o mar.
É lá que eu quero morar.
O último andar é muito longe:
custa-se muito a chegar.
Mas é lá que eu quero morar.
Todo o céu fica a noite inteira
sobre o último andar.
É lá que eu quero morar.
Quando faz lua, no terraço
fica todo luar.
É lá que eu quero morar.
Os passarinhos lá se escondem,
para ninguém os maltratar:
no último andar.
De lá se avista o mundo inteiro:
Tudo parece perto no ar.
É lá que eu quero morar:
no último andar.
Cecília Meireles