Ontem vi olhos curiosos
entrarem por uma porta
que parecia levar
a um mundo de imaginação.
Palhaços de cara pintada
e bolas e mil e uma cores de tinta.
Presentes, Papai Noel,
e sorrisos e carinho e atenção.
O tempo voou como no relógio
de um coelho apressado, levando
Alice ao País das Maravilhas.
O dia se pôs feliz.
E percebo que vale a pena lutar.
Hoje vejo olhos lacrimejando
e expressões de pranto.
Seguem todos lentamente
com soluços silenciosos.
Na multidão, vejo apenas
três faces serenas.
Uma delas encontrou a paz.
As outras o sabem, talvez por isso
parecem aliviadas.
Mas pesa o coração e a alma
de quem contra o tempo lutou
e não pôde a morte vencer.
As lágrimas, também
em meus olhos convencem:
a luta continua.
Débora L.H.
Dezembro 2005
Esse poema retrata algo que marcou a história do LEO Clube Novo Hamburgo Terceiro Milênio e dos seus sócios: realizamos uma festa de Natal, para 90 crianças da Ação Encontro, e também três Campanhas de Cadastro de Doadores Voluntários de Medula Óssea, para ajudar uma menina de 07 anos que precisava de transplante. Infelizmente a menina faleceu uma semana depois da festa, o que me fez escrever um comparativo entre ambas as situações.
O poema não ficou dentro do estilo que tenho escrito nos últimos tempos, mas mesmo assim participei com ele do Concurso de Poesia Tema LEO, da última Conferência do Distrito LEO LD-2. Não foi a vencedora, mas como tem um significado muito importante pro pessoal do Clube, que chorou junto comigo enquanto eu lia lá no palco :), posto aí!