Foi como ligar o piloto automático. Mas não houve problema. Os sinais estavam abertos e cobertos de verde. No ar o perfume que a mantinha em transe. Indecifrável. Podia ser da noite, do sereno, da chuva da madrugada ou não. Sentia o aroma da sinceridade e o peso na consciência que ela havia causado.
Desejou que a noite não terminasse. A conversa fluia como boa música aos ouvidos. Afinal, num contexto de funk era raro que os clássicos do rock se encontrassem. Pareceu mágico.
E a magia fez com que depois de muito tempo, em cada gesto e cada palavra fosse sincera e não tivesse receios com quem pouco conhecia. Talvez por isso sentia-se frágil e quase deixou escapar uma lágrima.
Tentou não pensar, não se importar, mas a realidade não se esconde por traz das luzes da pista de dança ou da luz das estrelas daquela noite. Decidiu... "nothing else mathers". Ao menos por aqueles momentos. A realidade ficava para o dia seguinte, quando o perfume a deixasse e acordasse do transe.
Débora Linden Hübner / Março de 2009.